Cólica do Bebê: Causas, Sintomas e Como Aliviar

 

Entenda o que é a cólica e como ajudar seu filho a passar por isso

Se você é mãe ou pai de um recém-nascido, provavelmente já ouviu falar — ou já passou — por aquele momento difícil em que o bebê começa a chorar de forma intensa, encolhe as perninhas, fica com a barriguinha dura e parece inconsolável. Essa situação é muito comum nos primeiros meses de vida e tem um nome conhecido (e temido): cólica do bebê.

As cólicas infantis são motivo de preocupação, ansiedade e até culpa para muitos pais, mas a boa notícia é que elas são passageiras, e existem formas eficazes de aliviar o desconforto.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que é a cólica e por que ela acontece

  • Quais são os principais sintomas

  • O papel da alimentação da mãe (quando há amamentação)

  • Técnicas e cuidados para aliviar as dores

  • Quando é hora de procurar ajuda médica


O Que É a Cólica do Bebê?

A cólica do bebê é uma dor abdominal comum nos primeiros meses de vida, geralmente causada pelo imaturo sistema digestivo do recém-nascido. Ela costuma aparecer por volta da segunda ou terceira semana de vida e atinge seu pico entre a sexta e a oitava semana, desaparecendo por volta dos três a quatro meses de idade.

O termo “cólica” pode soar assustador, mas trata-se de uma condição benigna, apesar de ser bastante desconfortável tanto para o bebê quanto para os pais.


Quais as Causas da Cólica?

A origem exata da cólica ainda não é totalmente compreendida pela ciência, mas os especialistas apontam vários fatores possíveis, entre eles:

1. Imaturidade do sistema digestivo

O intestino do bebê ainda está em desenvolvimento. Isso faz com que o processo de digestão seja mais lento e menos eficiente, gerando a produção de gases que causam dor e distensão abdominal.

2. Engolir ar durante as mamadas

Mamar de forma rápida, com muita ansiedade ou com pega incorreta pode levar o bebê a engolir ar, que se acumula no estômago e intestino, provocando cólicas.

3. Alimentação materna (em caso de amamentação)

Alguns alimentos ingeridos pela mãe podem, teoricamente, alterar a composição do leite e afetar a digestão do bebê. Mais à frente explicamos esse ponto com mais cuidado, pois nem todos os alimentos são vilões reais.

4. Alterações hormonais

Alguns hormônios liberados pelo próprio bebê podem afetar o funcionamento do intestino, gerando mais sensibilidade abdominal.

5. Estímulos ambientais

Barulho, luz forte, rotina desorganizada ou muita manipulação podem gerar estresse no bebê, que manifesta esse desconforto na forma de cólica ou irritabilidade.


Quais os Sintomas da Cólica do Bebê?

A cólica costuma ter um padrão claro, o que ajuda os pais a identificarem o que está acontecendo.

Veja os principais sinais:

  • Choro intenso, alto e inconsolável
    Geralmente acontece sempre no mesmo período do dia, principalmente no final da tarde e à noite.

  • Encolhimento das pernas e movimentação agitada
    O bebê tende a encolher as pernas em direção à barriga como tentativa de aliviar a dor.

  • Barriga endurecida e distendida
    É possível notar a região abdominal mais rígida e inchada.

  • Gases e dificuldade para evacuar
    O bebê pode ter dificuldade para liberar gases ou apresentar fezes com esforço e desconforto.

  • Aparente melhora após soltar gases ou evacuar
    Depois de eliminar os gases, o bebê costuma se acalmar momentaneamente.


O Papel da Alimentação Materna

Quando a alimentação do bebê é baseada exclusivamente no leite materno, surge a dúvida: será que o que a mãe come pode provocar ou piorar a cólica?

A resposta é: depende.

Não há evidências científicas robustas que provem que determinados alimentos ingeridos pela mãe causam cólicas no bebê. No entanto, cada bebê é único, e alguns podem sim apresentar sensibilidade a componentes específicos.

Veja os pontos mais importantes:

Alimentos que PODEM ser evitados (em caso de suspeita):

  • Leite de vaca e derivados (em caso de alergia à proteína do leite)

  • Alimentos muito condimentados e com temperos fortes

  • Vegetais que causam gases na mãe (feijão, couve-flor, brócolis, repolho)

Antes de restringir a dieta, observe o comportamento do bebê após a amamentação. Em casos de dúvida, é sempre recomendado consultar o pediatra ou nutricionista.

E quanto a café, chocolate e refrigerante?

Esses alimentos contêm cafeína e podem deixar o bebê mais agitado, o que pode piorar o quadro de cólica. O ideal é moderação, não exclusão total.


Massagens e Movimentos Calmantes

Uma das formas mais eficazes de aliviar as cólicas é por meio de massagens e técnicas de contato físico, que ajudam o bebê a liberar gases e a se sentir acolhido.

1. Massagem abdominal (Shantala adaptada)

Com as mãos aquecidas, faça movimentos circulares no sentido horário na barriga do bebê. Isso ajuda a movimentar os gases no intestino.

Dica: Use um óleo vegetal leve (como óleo de coco ou óleo de amêndoas), e faça a massagem em um ambiente tranquilo, com pouca luz.


2. Movimento de bicicleta com as pernas

Deite o bebê de barriga para cima e movimente suas perninhas como se ele estivesse pedalando. Esse exercício estimula a liberação de gases presos.


3. Banho morno

O calor da água ajuda a relaxar os músculos abdominais e alivia a dor. Pode ser feito antes de dormir, seguido de uma boa massagem.


4. Colo e contato físico

O simples ato de segurar o bebê no colo, especialmente em posições que aliviem a pressão abdominal, ajuda bastante. A posição “de bruços” no colo (com a barriga do bebê sobre o antebraço dos pais) costuma ser muito eficaz.


5. Uso de sling ou canguru

O contato com o corpo do cuidador gera aconchego, calor e sensação de segurança, além de facilitar o posicionamento da barriguinha para baixo.


Outras Estratégias Naturais

Chás para a mãe

Alguns chás consumidos pela mãe (não pelo bebê!) podem ter efeito calmante e ajudar indiretamente a aliviar as cólicas. Exemplo: chá de camomila, erva-doce ou funcho.

⚠️ Atenção: Bebês com menos de 6 meses não devem ingerir chás. Apenas leite materno ou fórmula, conforme orientação médica.


Ambientes tranquilos

Evite estímulos excessivos — luzes fortes, televisão alta, movimentação exagerada. Bebês sentem o ambiente. Um lugar calmo favorece o relaxamento.


Paciência e acolhimento

Muitas vezes, o que o bebê mais precisa é de acolhimento. O choro não é só dor — também pode ser desabafo, estresse ou excesso de estímulo acumulado.


Quando Procurar o Pediatra?

Embora a cólica seja comum, é importante saber quando buscar ajuda médica, especialmente se os sintomas forem intensos ou fugirem do padrão.

Procure o pediatra se:

  • O choro for contínuo por mais de 3 horas, mesmo com tentativas de alívio

  • O bebê apresentar vômitos frequentes, febre, sangue nas fezes ou recusar mamadas

  • Houver perda de peso ou dificuldade de ganho de peso

  • Houver suspeita de alergia alimentar ou refluxo

Nesses casos, pode ser que os sintomas não sejam apenas cólicas comuns, e o bebê precise de avaliação mais detalhada.


A Cólica Passa — Isso é Importante Saber

No auge do desespero, muitos pais pensam que há algo errado com o bebê ou com eles mesmos. É natural se sentir frustrado, cansado ou até culpado. Mas é preciso lembrar:

✅ A cólica não dura para sempre
✅ O bebê está se adaptando à vida fora do útero
✅ Você está fazendo o seu melhor
✅ O vínculo não depende da ausência de dificuldades

Entre o segundo e o quarto mês, a maioria dos casos de cólica desaparece completamente. E com isso, o sono melhora, os sorrisos aparecem e a rotina fica mais leve.


Conclusão

A cólica do bebê, apesar de assustadora no início, faz parte do desenvolvimento infantil e pode ser enfrentada com carinho, paciência e algumas estratégias simples.

Resumo prático do que você pode fazer:

  • Avalie a alimentação da mãe (se estiver amamentando)

  • Aposte em massagens e técnicas de conforto físico

  • Ofereça um ambiente calmo, quente e acolhedor

  • Mantenha a calma e o colo sempre disponível

  • Busque o pediatra se os sinais saírem do padrão esperado

Lembre-se: você não está sozinha(o). Milhares de pais passam pela mesma fase — e todos sobrevivem. A cólica é um capítulo, não a história inteira.

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